Foi realizada a terceira edição do Observatório Galapos nesta terça-feira, 18 de outubro de 2022. O Observatório Galapos é um ambiente exclusivo para clientes e parceiros, para conectar pessoas e trazer conteúdos e assuntos relevantes ao ambiente corporativo, buscando sempre evoluir juntos.
A terceira edição do evento foi online e contou novamente com a participação de Felipe Sichel, economista-chefe do Banco Modal e mais de 100 clientes da Galapos, comentando sobre pesquisa eleitoral, cenário macroeconômico e possíveis caminhos pós-eleição.
OVERVIEW DO EVENTO
Aproveitando os fatos recentes para mais um bate-papo sobre o cenário atual econômico do mundo, Sichel começou o encontro falando sobre a economia global. Destacou que a economia americana está passando por um processo intenso de retirada de estímulos e que, com a retomada da inflação, os juros reais estão explodindo nos EUA. Esse aumento de juros vai se reverter em menos investimentos das empresas e menos consumos dos indivíduos.
Além disso, chamou a atenção também para a taxa de desemprego dos EUA. Esta taxa está em um processo de desaceleração intenso dos últimos tempos para cá e, existe uma relação inversa entre a inflação e a taxa de desemprego. Quanto menor a taxa de desemprego, maior a taxa de inflação.
“Existe a relação invertida entre taxa de desemprego e taxa de inflação. Se a minha taxa de desemprego está caindo de forma galopante, a minha inflação vai, necessariamente, subir de forma galopante também. Isso que estamos vendo nos Estados Unidos.”
A economia chinesa também passa por algumas mudanças. A China está passando por uma desaceleração cíclica e estrutural. O efeito no curto prazo do fim do lockdown é positivo para a atividade. No entanto, no médio prazo, persistem pressões inflacionárias. Sichel comentou ainda que, provavelmente, olhando para o final desta década e começo da próxima, estamos olhando para uma economia chinesa puxando menos a economia global.
A partir disso, e de outros pontos citados sobre economia global, podemos ver que as economias emergentes sofrerão bastante. O mundo produzindo menos e, consequentemente, com menor crescimento e mais inflação.
Apesar do que estamos vendo no mundo, Sichel comentou sobre os pontos positivos para o Brasil dentro deste cenário. O primeiro ponto é que o Brasil possui a economia exportadora de commodities básicas como: petróleo, gás natural, soja, carnes e etc. E, no momento, e economia mundial está demandando disso. O segundo ponto é que temos um Banco Central independente. O terceiro ponto é que temos nossa dívida pública essencialmente em moeda local.
“Temos no Brasil reservas cambiais volumosas. Essas reservas custam muito caro para serem mantidas, mas, o Real pode passar por um processo de liquidez total, desvalorizando, porém, de forma controlada.”
E como se comportará o cenário econômico brasileiro após termos o presidente eleito?
Sichel diz que, independente de quem ganhar, estamos lidando com um cenário externo tão complexo que o governo vai ficar extremamente limitado. Que mais importante que olhar para quem vai vencer o segundo turno é entender as propostas econômicas concretas de cada um. Enquanto nosso atual Governo propõe alterações no teto de gastos, que tiram a credibilidade da proposta, o candidato do PT propõe regra de superávit, que não coloca limites em termos de endividamento.
Segundo nosso convidado, as promessas de ambos os candidatos são de gastos volumosos, ou seja, estamos vendo que a taxa SELIC permanecerá elevada, uma maior inflação e menor PIB.
Sobre o cenário político, Sichel comentou que existe uma alta possibilidade de chegarmos à véspera do segundo turno sem saber quem será eleito, e que está cada vez mais acirrado segundo a pesquisa do Banco Modal / Futura Inteligência.
Foi uma honra receber Felipe Sichel e nossos clientes na terceira edição do Observatório Galapos. Muito obrigado a todos que estavam presentes no evento.
Para saber mais sobre o Observatório, nos siga nas redes sociais ou entre em contato no contato@galapos.com.br.
SOBRE O PAINELISTA
Felipe Sichel é sócio e Economista-Chefe do Modal, lidera a frente de pesquisa e acompanhamento macroeconômico das principais economias globais.
Acumulou experiência por instituições financeiras e centro de pesquisa internacional focando sua atuação no impacto da comunicação corporativa e de autoridades monetárias nos preços dos ativos e percepção de risco de companhias e governos. Atua no Modal desde 2016 e é doutorando em Economia pela FGV-SP, mestre em Economia Financeira pelo IDC de Israel e bacharel em Ciências Econômicas pela UFRJ.
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